segunda-feira, 7 de abril de 2014

Os dias de insônia fez-me ver,
Perceber aquilo que realmente não quero,
Não espero - não anseio...

Pude compreender, realizei um encontro
Comigo mesma, com minha alma...
Enxerguei em meio às lágrimas,
Vislumbrei a minha essência.

Entendi meu coração, finalmente.
Orei para que a noite chegasse ao fim,
E, a luz do dia - hoje eu sei.

Se meu amor não é o suficiente,
Se minha paixão não te faz mover,
Então, não há mais nada a esperar.

quinta-feira, 27 de março de 2014

...Minha alma em palavras...: Mundo parelelo

...Minha alma em palavras...: Mundo parelelo: Lá estava ela, com suas tranças e um sorriso encantador, virou-se de lado quando chamaram seu nome, a música estava alta, as pessoas da...

Mundo parelelo

Lá estava ela, com suas tranças e um sorriso encantador, virou-se de lado quando chamaram seu nome, a música estava alta, as pessoas dançavam sem parar, ritmo frenético, lábios e corpos prontos para experimentar. Deu a mão para a amiga que a guiou até um canto mais escondido, então, retirou do bolso um pozinho... Riram à toa, cheiraram e voltaram a dançar. Altas horas - resolveram se reunir em outro lugar.

Chegou à casa de um amigo de outro amigo, a menina de lábios bonitos agora tinha os olhos avermelhados, o rosto afogueado, as palavras pareciam sonolentas e distorcidas – já estava mais que entorpecida. Mas, a noite ainda não tinha acabado. Vieram e trouxeram um cachimbo, acenderam e deram para ela. Nada de hesitação, em seu mundo, apenas mais uma droga para experimentar. Aos poucos, a consciência que restara se dissipou, sua mente divagou em um mundo paralelo, suas ações, que ações? Ela nem sabia mais o que estava fazendo.

Acordou muito tarde – pelo menos ela achava isso. Estava na cama, um cara ao seu lado, pensou: Quem é este, merda? Viu que estava seminua, mas não se lembrava de nada. Sentia sua cabeça latejar, começou a ficar ansiosa, queria desesperadamente um trago, uma cheirada... Qualquer coisa que fizesse suas mãos parar de tremer. Olhou no relógio, puta merda – minha mãe vai-me matar! Dezesseis anos ainda não lhe dão o direito de sair pra rua sem ter que avisar.

Pegou suas roupas, começou a vesti-las. Saia para um lado, camiseta para outro, putz! Tomara que ele tenha usado camisinha! Aproveitou o momento, fuçou nas roupas dele, tinha que ter algo, qualquer coisa. Achou um baseado, acendeu e inspirou – agora podia começar a ir embora.
Chegou a sua casa, sua mãe já tinha ido trabalhar. Nem um bilhete, nem uma chamada perdida – na verdade, ela sabia que sua mãe não ia mesmo ligar – era o que sua mãe tinha dito, tinha desistido de tentar ajudar.

Olhou-se no espelho, já não estava mais bonita. A pele estava desbotada, sem brilho. Os olhos inchados, escondidos. Havia emagrecido, mais um pouco, pele e osso - sentia a pele gelada e sem vida.
Novamente, saiu pra rua à procura do que pudesse anestesiar seus pensamentos, fazendo-a parar de pensar em sua vida.

Marcella Barbosa